terça-feira, 24 de junho de 2008

Um dia para esquecer 23062008

Hoje é, literalmente, o dia para esquecer. Não para ti filha, para mim.

Felizmente que tenho e sempre tive essa capacidade. Esqueço o que doeu, o que não interessa, o que me fez mal, o que não vale naa ou não vale a pena. No caso de hoje, esqueço com toda a certeza amanhã ou depois (tendo em conta que amanhã espero não ser um dia como o de hoje). Fez-me mal porque me deixou triste, doeu porque não sabia já o que fazer…

Choraste o dia inteiro. Inteiro. A questão é que, não choraste de dor, de fome, de frio ou calor. Mimo. Puro mimo. Fazias birras que contado, ninguém acredita. Mal te pousava no tapete, no sofá, na minha cama, no muda-fraldas, eu sei lá, mal te largava um segundo, desatavas num pranto.

Estive num estado de nervos que só visto … E depois, eram lágrimas à séria a rolar-te cara abaixo! O nariz cheio de ranho e os olhos vermelhos, a voz roca, enfim, birras como não fazes muitas – felizmente. Às vezes o colo lá te calavas, outras vezes, nem assim.

À tarde, pela hora da papa, parecias outra. Sentada ao colinho da mamã (!), nem se ouvia o habitual “ãhãh” à espera de cada colherada. Quando desviavas a cabeça, chamava por ti e até te rias, feliz da vida. Deu-me cá uns nervos! Ai agora ris-te – disse-te eu. Quando a papa acabou voltaste à carga. De qualquer das maneiras eu tinha desesperado de vez e decidido que já não ia ligar (impossível, mas faz de conta). Mudei-te a fralda e sentei-te na espreguiçadeira, na cozinha, enquanto arrumava a loiça. Era quase hora do pai chegar a casa.

Espantem-se (ou não), estiveste quietinha, sem choro, nos teus monólogos infindáveis, a tentar tirar as meias e a dar aos pés. Quando paraste de palrar, olhei para ti e nem queria acreditar…

“Oh mãe é que eu quero mesmo é ver aquela coisa ali por baixo…”

Um comentário:

tuBo em cima disse...

bem vinda à blogosfera!
beijos!