segunda-feira, 12 de julho de 2010

5 da manhã ei! Bem, bom...

Mais precisamente, 5h29. - Xixi, xixi, eu qué fazer xixi! - ‘Bora, ‘bora filha, que o xixi não escolhe hora. Encontrão na primeira porta, encontrão na segunda e pensei "Filipa se calhar era melhor abrires os olhos, assim mesmo abrir..." E lá fomos, fazer xixi na sanita! Felizmente que normalmente dorme-se a noite toda, a fralda “acorda” sequinha e o xixi é de manhã. Mas pronto, nem sempre dá para aguentar. Boa filha! Estamos quase, quase... : - )

sábado, 10 de julho de 2010

Aniversários

É contigo. Festa, bolo, convidados, brincadeira, gargalhada. Enfim, festa. Adoras, és mesmo fã. Puxaste à mãezinha nesse aspecto. Aqui, não há q-u-a-l-q-u-e-r dúvida. Quanto a nós? Somos ainda mais felizes com uma boa vivã como tu. :-) :-) :-) 

Ninho

Depois de uma enorme e demorada banhoca com o pai no mar, estavas geladinha e vinhas de lábios roxos para a toalha. Eu disse-te anda cá para o ninho, e enroscaste-te no meu colo, entre o meu corpo e uma toalha quentinha. Aqueceste, quiseste beijos, festas, abraços. Foi no início de Junho. Desde então que, amiúde, te ouvimos: mamã, papá qué ir pó ninho... :-)

És assim, "mimocas" até mais não :-)




Goofy

O Mickey é divertido, a Margarida é a tua homónima, mas ninguém te diverte mais que este senhor aqui :-)

Passeio


Há uns fins de semana atrás decidimos experimentar um passeio de barco de manhã cedo, pela fresca (ou nem por isso) no Campo Grande. Lá fomos. Os três num barquinho, demos as voltinhas possíveis. Pelo ar do papá percebi que é giro, mas dar aos remos custa um bocado, sobretudo tendo em conta que tu também queres remar! Foi engraçado. Os patinhos, os peixes, mais patinhos, flores. Eu achei giro. Quanto a ti, tenho impresão que prefiste os baloiços que se seguiram, preferes as correrias e os amigos do jardim... É que andar de barquinho é giro, mas nos primeiros dois minutos ficamos a saber tudo sobre isso (sobre andar de barquinho) e depois digamos que é muito parado, nem te deixam saltar dentro do barco... Como te entendo! Ahahahah.

Ser mãe é...


Ter o privilégio e a felicidade de te ouvir... assim:
Tu: Mamã não chores… Está bem?
Eu: Sim.
Tu: Ouve mamã (a segurares na minha cara com as duas mãozinhas), olha pa mim, não chores, eu tou aqui, eu xou tua amiga.
Eu: Obrigada minha querida, a mamã não chora, não te preocupes.
Tu: Mamã não chores (e ao meu ouvido) felizes pa sempe mamã, felizes pa sempe contigo mamã.

Cinema


Quisemos ir. Fomos até ao local. Comprámos pipocas e ficámos a trincá-las enquanto brincavas num canto destinado a crianças, cheio de luzes, magia do cinema e muitos brinquedos. Quanto ao filme... não vimos. Ao que parece há para aí uma Lei que desconhecíamos que diz que antes dos três anos, não podes entrar numa sala de cinema... Malditas leis... E eu que pensava que eu é que sabia o que tu podias ou não fazer... Até ía jurar que há uma lei que me permite achar isto...

Outras


Tu: O que é isto?
Eu: São alperces.
Tu: E estes o que são?
Filha que orgulho, que bem aplicado o plural!!! : - )

Tu: Mamã salvaste-me!
Eu: De quê?
Tu: Eu fiz uma asneirinha e tu salvaste-me a tempo!
Até hoje não sei do que se tratou…

Depois de um xixi na sanita:
Tu: Mamã limpas tu, limpas?
Eu: Está bem eu limpo.
Depois.
Tu: Mamã, eu não pus as mãos no pipi pa limpar, não pexiso lavá-las!
Espertalhona… Agora limpas sempre, sempre tu…

Antes de entrares no banho reúnes sempre uma série de bonecada para largares dentro da banheira e depois brincares (uns próprios para brincar no banho, outros nem tanto). Há dias ouvia-te antes do banho a mexer em imensos bonecos:
- Hummm, tas ponto pinguim?!!!
Nesse dia o pinguim foi a única vítima…

Tu: Mamã o M. já nasceu?
Eu: Não, ainda não. A mamã promete que quando ele nascer vamos logo vê-lo.
Tu: E eu poxo pegar-lhe, poxo?!
Eu: Isso logo vemos na altura, ainda não sei.
Papá: Sabes, quando o primo nascer ele vai ser um bebé mesmo muito pequenino.
Tu: E eu poxo dar-lhe miminhos mamã?
Eu: Podes claro, miminhos podes dar-lhe muitos e sempre.

- Mamã qué miminhos…
Vens até mim, dás-me um abraço e um beijo e voltas para a brincadeira. Ultimamente fazes muito isto. És um doce…

Prima: Gostavas de ter um mano ou uma mana?
Tu: Uma mana!!!
Parece que está decidido...

- Papá fizeste uma tavagem busca! Se eu tenho os bracinhos fora do cinto é pigoso!
Ouviste pai?! : - )

Tu: Papá és meu amigo não és?
Eu: Sou teu amigo, muito teu amigo.
Tu: Eu também sou tua amiga papá.

Tu: Mamã gostas de coca-cola?
Eu: Gosto.
Tu: E tu pai?
Papá: Eu também gosto.
Tu: Eu também não gosto, blhac.

À tarde quando chegámos a casa da avó para te ir buscar:
- Tive saudades! Tive saudades tuas pai. Tive saudades tuas mamã

Tu: Eu tenho pipi e tu tens pilinha.
Papá: Certo.
Tu: E a mamã também tem pipi.
Papá: Sim, porque vocês são...
Tu: Super mulheres!
Papá: E eu sou?
Tu: Tu és o super homem!



No carro, trazias um balão cheio, em forma de cão, na mão:
- Mamã olha! Olha o que eu fiz ao meu balão! Ah, ah! É um palhaço...
(Passados uns segundos)
- Agora é uma forma oval! Ah, ah! É giro!
(E continuavas a apertar o balão... e Pum! – o balão rebentou)
- Ohhhhhh.... tá vazio! Ohhhh. Rompeu-se! Este tá estagado!
E amuaste... lol.

- Pai tás contente?
- Estou.
- Tás contente abre os dentes.

Oferecemos-te um livro giríssimo sobre golfinhos e tubarões, que trazia dez espécies diferentes em bonecos. Quando viste o presente...
- Oh obrigada! Obrigada pexoal! Muito obigada! Eu fui bonita, fiz o cocó na sanita e ganhei este pesente tão lindo! Obigada pexoal!
Foi assim, tal e qual e tudo seguidinho porque nós nem conseguíamos dizer nada de tanto rir... Passados uns minutos, de volta do livro e ainda de olhar estasiado:
Obigada mamã! Obigada por este pejente. Vou levar pó banho.

- Mamã quês bincar comigo? Queres? Ao faz de conta?

Acordaste com a birra. Perguntei-te se querias ir fazer um xixi à sanita. Disseste-me que não. Eu levei-te na mesma à casa de banho. Sentei-te na sanita. Choramingaste e contiaste a dizer não quero fazer xixiiiiii... enquanto fazias. Muito bom!!!

Tu: Olha a bandeira!
Eu: Onde filha, qual bandeira?
Tu: A bandeira de Potugal!

Ao telefone contigo:
- O que é que levou o bolo que fizeste com a avó?
Oiço a avó a enumerar os ingredientes. Depois de ela terminar, disseste tu:
- bolacha, manteiga, maria, açúcar, café, ovos!

À tarde quando te fui buscar:
Eu: Olá meu amor!
Tu: Mamã, mamã, compei flores pa ti, tão na jarra da avó!
Eu: Compraste ou colheste?
Tu: Hummm, compei!
Lol!

Tu: Tou aqui a ver um animal nos binócos!
Eu: Qual animal?
Tu: Um leão!
Eu: A sério, um leão? E agora o que vês?
Tu: Um elefante!

- Papá eu cosi as tuas calças.
Na verdade é o mesmo que dizer: a avó coseu e eu estive a ver e a passar-lhe as linhas e o dedal, por isso ajudei-a, logo, fui eu que cosi...

Hoje acordaste e vieste à nossa cama. Subiste e com a cara mesmo em cima da minha disseste:
- Tive saudades tuas mamã.

Papá: Gostavas de ter um mano ou uma mana?
Tu: Sim, gotava.
Papá: Um mano ou uma mana?
Tu: Uma mana… Ah, e um mano.
Papá: Escolhe um, mano ou mana, qual preferias?
Tu: Mana.
Passados uns minutos:
Tu: e um mano…
Bom, está difícil a escolha. : - )



No carro a apontares para um canteiro:
- Mamã olha que flores tão lindas! São pa ti quando eu for lá buscá-las e guardo na casa da avó.

Tu: Ohhhh!
Eu: O que foi?
Tu: O meu narizinho tem macacos! Macacos gandes!

The Summer has arrived!!!


É oficial. O Verão chegou. Se tens dúvidas, ora vê um registo ilustrativo que tirámos na semana que passámos em Monte Gordo (mais concretamente numa voltinha a Vila Real de Sto António)… :-)

Partidos

Fiquei desolada. Durante cerca de dois dias, é certo, mas fiquei. Pela impotência, a minha, a de todos, a tua. Pela efemeridade das coisas, do corpo, da vida, do físico e da mente. Não obastante ser um dente de leite, teres um sorriso lindo como antes, quase não se notar, não ser “o fim do Mundo”, não teres dado por nada... A sensação é esta: impotência brutal. Perguntei-me porque raio acontecem certas coisas, a certas pessoas… Dei por mim a divagar, a extrapolar a situação, com os olhos cerrados e um nó na garganta. Afinal foi só isto: partiste um dentinho. Pois, mas a tua mãe nada pôde fazer para que isso não acontecesse. Como é possível? Eu sou a tua mãe, eu posso tudo por ti!!! Eu movo montanhas, eu luto, eu bato, esperneio, faço frente, viro das tripas coração, arranjo forças que não tenho … o que for, para que nada, nada, nada de menos bom te conteça… E quando perguntei em que árvore estavas empoleirada... “Nenhuma. Ía a andar, calmamente, tropeçou e caiu. Bateu com a boca no muro.” Podia ter acontecido a qualquer um. Mas foi a ti... E eu... nada. Restou-me marcar-te consulta no dentista, só para ver. Já se passaram duas semanas. Já passou. Estou bem. À data dois partidos: dentinho + coração da mãe.

Instantes

Às vezes, por breves momentos, consigo imaginar-te alguém, alguém que não seja meu ou provenha de mim, alguém enquanto indivíduo. Nesses segundos penso “quem será aquela pessoínha que corre feliz a tropeçar em gargalhadas à minha frente?” É contudo inevitável descer à Terra – à minha Terra, atenção – e logo te sinto e vejo como minha, parte de mim, do meu ser, minha dependência e de mim dependente, minha total responsabilidade , teu colo, porto seguro, abrigo, escudo e espada – qual sentimento de posse… qual medo de voares fora do alcance da minha asa…

Ser mãe é...

Encontrar o gato Rogério (personagem das tuas novas histórias favoritas) debaixo de um carro a dormir quando vamos de passeio pela rua ou procurar a fada Sininho entre as flores de um jardim cheiroso onde o polen é, na verdade, pó de fada… :-)

Entreténs pela estrada


Tapas os ouvidos com os dedos indicadores e falas. Ris-te imenso pela maneira como te ouves (interiormente) e achas graça ouvires mais o som que vem de dentro de ti do que do exterior. Outras vezes ficas simplesmente ficas de dedos nos ouvidos, sem falar, e vais rindo quando nós falamos e tu não entendes. Por último, também é habitual tapares os ouvidos e cantares ou dizeres o aeiou. Seja que opção for, ris-te sempre imenso. Também achas igualmente divertido olhar para os carros que passam. Tentas virar a cabeça ao máximo (o ideal era ficares de cabeça para baixo) e ris-te porque achas graça “à boca dos carros” – assim o dizes, calculamos que sejam a grelha e/ou a matrícula da frente. Além destas duas brincadeiras, olhar pela janela a comentar tudo o que te desperta interesse - geralmente muitas coisas - falar pelos cotovelos a contares-nos histórias (reais ou imaginárias) ou simplesmente cantar, são mais três dos vários entreténs que arranjas nas viagens. Nas curtas. Nas outras, costumas optar por dormir... :-)

sábado, 3 de julho de 2010

Algumas


- Olha mamã, este é um peixe espada, igualzinho ao da natação!

De manhã:
Eu: Até logo Margarida
Tu: Até logo mamã! Póta-te bem!

Zanguei-me contigo e limitei-me a olhar de lado para mostrar o meu desagrado (já nem lembro porquê).
- Mamã não olhes axim pa mim, não?
É claro que não consegui evitar rir-me… : - )

Tu: Mamã poxo levar etes bonecos pá sala?
Eu: Esses tão molhados porque levaste-os para o banho.
Tu: Etes já tão secados mamã.
Eu: Esses estão secos.
Tu: Secos!

Eu: Margarida ouves o pai?
Tu: Eu ouvo.
Eu: Diz-se “eu ouço”.
Tu: Eu ouço mamã.
Eu: Queres morangos?
Tu: Xim, com açúcar.
Eu: Ok, morangos com açúcar.
Tu: Mamã?
Eu: Sim?
Tu: Quero açúcar com morangos.

Eu: Gui como se vai chamar o primo que está quase a nascer?
Tu: (Com um ar dengoso e a voz arrastada) O pimo bebé que vai nascer é o Manelllllll.
É só amores e ainda está na barriga da tia C….

Já tinhas jantado e estavas a ver desenhos animados. Quando reparaste que nós já estávamos sentados para jantar, correste até ao pé de nós:
- Poxo jantar com vocês, poxo? Poxo sentar connosco?
Lol!

Numa das já famosas correrias até à casa de banho, mesmo ao pé da sanita:
- Ai, ai, ai mamã que o xixi vai sair!

Deitada na tua cama a adormeceres. Eu andava pela casa e às tantas gritaste:
- Mamã! Qué miminhos!

Papá: O papá vai deixar-te em casa e à mamã e depois tem de voltar para o trabalho. Mas à hora de jantar o pai já está de volta.
Tu: Ohhhh pai, não poxo ir tabalhar contigo? Poxo?

Partiste uma taça de vidro que estava na cozinha e eu dizia-te:
- É perigoso, tens de ter cuidado, podes cortar-te nos vidros, agora não podes andar aqui descalça… Foi uma asneira filha, porque não pediste à mãe e não tinhas que mexer na taça.
- Mamã, desculpa mesmo!

Em cima do fraldário, com a toalha do banho no corpo, enquanto eu te secava e punha creme:
- Eu xou um Rei! Eu xou pó de fada!
- És muitas coisas diferentes.
- Não! Xou a Margarida e xou feliz para sempe!

- Mamã, foste à casa banho?
- Sim fui, doía-me a barriga e fui à casa de banho. É o que tu devias fazer.
- Doía-te a barriguinha mamã?
- Sim, doía, agora já não dói.
- Comeste chocolates mamã foi?

A penteares-me com a escova dos teus bonecos:
Já tás mamã, é para não ficares descabelada!

- Mamã às seis da tarde em casa!
Enquanto esticavas o dedinho a apontar para o teu relógio de pulso .

Confusão

Adoro. Usas esta palavara para tudo o que parece fora de ordem, sujo, confuso, cheio, ou que simplesmente para ti, não faz sentido. É isso que acho mais giro. Ninguém o diz em casa, nem a avó. Adoptaste esta palavra para coisas como obras que vês na Rua, parques de estacionamento lotados (ainda que com os carros alinhados) ou sítios em que te parece haver caos, quando na verdade ele não está lá. É frequente ouvir-te “Mamã, o que é esta confusão?” Ou “Papá, quem fez esta confusão?”.

Góto de ti


À noite, deitada na caminha ao teu lado, ao invés de adormeceres rias e conversavas comigo. Depois de alinhar em algumas brincadeiras acabei por te dizer que era tarde e terias agora que fechar os olhinhos e dormir. Assim fizeste, fechaste os olhos. Passados uns segundos agarraste-te ao meu pescoço e disseste:
- Mamã góto de ti.
- Eu também gosto de ti filha. Muito.

Ah, então foi por isso


Mónica Pinto, pediatra do Desenvolvimento, escreveu num blogue aqui pertinho:
Enquanto o veado ao nascer sabe comer, deslocar-se e comunicar, o nosso bebé é muito mais frágil e imaturo e só completa o mesmo nível de autonomia a partir dos 12 meses, quando o bebé começa a andar, a falar e a ser capaz de se auto-alimentar.
Isto tem implicações físicas mas também emocionais e percebe-se assim que seja fundamental a proximidade da mãe (e daqui se percebe que nos países desenvolvidos a licença de maternidade não seja inferior aos 12 meses…) e que a pressão das sociedades ocidentais de estimular precocemente a separação das crias e das mães e a “independência” do bebé (como ter o seu quarto, querer que se entretenha sozinho, iniciar creche,…) pode ser contraproducente e levar a maior insegurança e dificuldades emocionais e mesmo físicas (cólicas, problemas de sono, birras, ansiedade,…).
Se o bebé não pode estar esses 12 meses na barriga da mãe deverá pelo menos estar o mais próximo dela possível! A proximidade física e emocional da mãe ajuda a promover melhores cuidados alimentares, confere protecção física, regulação térmica, regulação emocional, e a interacção continuada promove um desenvolvimento completo e harmonioso.

E eu que pensava que tinha deixado a advocacia por amor à minha filha e à família… Afinal, havia mais qualquer coisa. Pequenina… :-) Vales tudo meu bebé, de bom e menos bom que possamos ter que fazer ou porque passar. Tudo. E sabes o melhor? Nunca tive dúvidas, nunca. E hoje confirmo: foi o melhor que nos aconteceu. 

Direitos

Por ti. Para saberes. Porque sim. Por todas as crianças. Por um Mundo melhor que sei que vais ajudar a construir.


Toda criança tem Direitos
Princípio I - À igualdade, sem distinção de raça, religião ou nacionalidade.
A criança desfrutará de todos os direitos enunciados nesta Declaração. Estes direitos serão outorgados a todas as crianças, sem qualquer excepção, distinção ou discriminação por motivos de raça, cor, sexo, idioma, religião, opiniões políticas ou de outra natureza, nacionalidade ou origem social, posição económica, nascimento ou outra condição, seja inerente à própria criança ou à sua família.
Princípio II - Direito a especial proteção para o seu desenvolvimento físico, mental e social.
A criança gozará de protecção especial e disporá de oportunidade e serviços a serem estabelecidos em lei e por outros meios, de modo que possa desenvolver-se física, mental, moral, espiritual e socialmente de forma saudável e normal, assim como em condições de liberdade e dignidade. Ao promulgar leis com este fim, a consideração fundamental a que se atenderá será o interesse superior da criança.
Princípio III - Direito a um nome e a uma nacionalidade.
A criança tem direito, desde o seu nascimento, a um nome e a uma nacionalidade.
Princípio IV - Direito à alimentação, moradia e assistência médica adequadas para a criança e a mãe.
A criança deve gozar dos benefícios da previdência social. Terá direito a crescer e desenvolver-se em boa saúde; para essa finalidade deverão ser proporcionados, tanto a ela, quanto à sua mãe, cuidados especiais, incluindo-se a alimentação pré e pós-natal. A criança terá direito a desfrutar de alimentação, moradia, lazer e serviços médicos adequados.
Princípio V - Direito à educação e a cuidados especiais para a criança física ou mentalmente deficiente.
A criança física ou mentalmente deficiente ou aquela que sofre de algum impedimento social deve receber o tratamento, a educação e os cuidados especiais que requeira o seu caso particular.
Princípio VI - Direito ao amor e à compreensão por parte dos pais e da sociedade.
A criança necessita de amor e compreensão, para o desenvolvimento pleno e harmonioso de sua personalidade; sempre que possível, deverá crescer com o amparo e sob a responsabilidade de seus pais, mas, em qualquer caso, em um ambiente de afecto e segurança moral e material; salvo circunstâncias excepcionais, não se deverá separar a criança de tenra idade de sua mãe. A sociedade e as autoridades públicas terão a obrigação de cuidar especialmente do menor abandonado ou daqueles que careçam de meios adequados de subsistência. Convém que se concedam subsídios governamentais, ou de outra espécie, para a manutenção dos filhos de famílias numerosas.
Princípio VII - Direito á educação gratuita e ao lazer infantil.
O interesse superior da criança deverá ser o interesse director daqueles que têm a responsabilidade por sua educação e orientação; tal responsabilidade incumbe, em primeira instância, a seus pais.
A criança deve desfrutar plenamente de jogos e brincadeiras os quais deverão estar dirigidos para educação; a sociedade e as autoridades públicas se esforçarão para promover o exercício deste direito.
A criança tem direito a receber educação escolar, a qual será gratuita e obrigatória, ao menos nas etapas elementares. Dar-se-á à criança uma educação que favoreça sua cultura geral e lhe permita - em condições de igualdade de oportunidades - desenvolver suas aptidões e sua individualidade, seu senso de responsabilidade social e moral. Chegando a ser um membro útil à sociedade.
Princípio VIII - Direito a ser socorrido em primeiro lugar, em caso de catástrofes.
A criança deve - em todas as circunstâncias - figurar entre os primeiros a receber protecção e auxílio.
Princípio IX - Direito a ser protegido contra o abandono e a exploração no trabalho.
A criança deve ser protegida contra toda forma de abandono, crueldade e exploração. Não será objecto de nenhum tipo de tráfico.
Não se deverá permitir que a criança trabalhe antes de uma idade mínima adequada; em caso algum será permitido que a criança dedique-se, ou a ela se imponha, qualquer ocupação ou emprego que possa prejudicar sua saúde ou sua educação, ou impedir seu desenvolvimento físico, mental ou moral.
Princípio X - Direito a crescer dentro de um espírito de solidariedade, compreensão, amizade e justiça entre os povos.
A criança deve ser protegida contra as práticas que possam fomentar a discriminação racial, religiosa, ou de qualquer outra índole. Deve ser educada dentro de um espírito de compreensão, tolerância, amizade entre os povos, paz e fraternidade universais e com plena consciência de que deve consagrar suas energias e aptidões ao serviço de seus semelhantes.