domingo, 24 de maio de 2015

4


Um número cheio - como o são as tuas bochechas mas sobretudo, o teu sorriso.  O teu sorriso é quase constante, se ao dia descontarmos a primeira hora da manhã, depois de acordares :-). O teu sorriso enche uma sala, um abraço e aquece-me o coração. O teu sorriso continua reservado – lá fora – mas em casa é espontâneo, seguro, franco e resulta muitas vezes em gargalhadas sonoras. O teu sorriso pode esconder alguma timidez, mas a verdade é que já te dás muito mais. Continuas serena, de ofensa fácil. Continuas doce, meiga, agarrada à mãe. Muito lapinha da mãe – quase sempre. E então? Lá porque fazes 4 anos... Continuas a rejeitar conflitos, a odiar lágrimas (mais as dos outros e, sem dúvida, principalmente as da mana). Continuas a não gostar de gritos ou de abraços apertados que não reclamaste. És a fã número 1 da tua mana mais velha. Às vezes, dizes coisas feias ao pai, mas sabes – sabemos – que sabes bem é virar a mesa de tua feição.  Continuas a não dispensar a tua fraldinha suave, acabada de passar a ferro ou ainda a cheirar a limpo para dormir, que acaricias e juntas à cara enquanto chuchas no teu dedo, aquele dedo... :-). Continuas a pedir colinho, muito. E então? Sentes orgulho em todos os teus feitos e conquistas: comer, vestir, calçar, ajudar a mãe a dobrar as roupas e a arrumá-las na gaveta, escolher a roupa para usar no dia seguinte, lavar os dentes, andares na escola, dares cambalhotas nas cordas do recreio, já gostares das aulas de ginásticas com o Prof. J., saberes fazer carinhas e meninos quase inteirinhos e..... e tantas, tantas outras coisas mais. Mas também reclamas o bebé. O teu bebé interior. No fundo, não queres deixá-lo. Às vezes perguntas-me porque não te deixo eu voltares para a minha barriga. Ou então, mamã eu quero ser bebé outra vez – dizes. Às vezes dizes-me isto. Eu percebo-te. Muito bem, a sério. 4 anos é um número cheio, cheio de vida, de muitos dias, horas, minutos, de muita evolução e tão rápida! De menos colo, menos maminha, menos chuchar no dedo, menos avó, menos pai, menos mãe e menos mana. Menos bebé, porque são 4, que deixam para trás os 3 (e os 2 e o 1). Eu percebo-te. Mas sabes? Vejo-te tão feliz no alto dos teus 4 anos... :-). Tão feliz. E sabes o melhor? Não voltas para a barriga da mãe, é certo, mas colo? Esse terás sempre! Sim, sim, sim! SEMPRE. E sabes ainda mais uma coisa? (Esta fica entre nós, ok?) Para mim, vais ser sempre o meu bebé. E quando cresceres muito e fores mais alta do que a mãe, e quando cresceres mais ainda e ensinares coisas novas e modas à mãe, e quando cresceres ainda mais um bocadinho e a mãe for também avó dos teus bebés, serás a minha bebé. Porque eu tive duas e elas estão aqui guardadas, sempre, nas minhas entranhas, no meu sangue, no meu peito, nas minhas memórias, em mim. Porque eu respeito o teu crescer, saúdo-o e quero-o muito (saudável e feliz), mas mãe é sempre colo, sempre mãe, sempre abrigo, sempre tudo e tu – vocês – são os meus bebés. 4. Um número cheio. 4, hoje. Há 4 atrás, poucas horas faltavam para o meu segundo bebé finalmente ter o seu primeiro merecido colo. O 1º de muitos. 4. Parabéns Maria. Parabéns. Estás tão crescida.