sábado, 10 de julho de 2010

Partidos

Fiquei desolada. Durante cerca de dois dias, é certo, mas fiquei. Pela impotência, a minha, a de todos, a tua. Pela efemeridade das coisas, do corpo, da vida, do físico e da mente. Não obastante ser um dente de leite, teres um sorriso lindo como antes, quase não se notar, não ser “o fim do Mundo”, não teres dado por nada... A sensação é esta: impotência brutal. Perguntei-me porque raio acontecem certas coisas, a certas pessoas… Dei por mim a divagar, a extrapolar a situação, com os olhos cerrados e um nó na garganta. Afinal foi só isto: partiste um dentinho. Pois, mas a tua mãe nada pôde fazer para que isso não acontecesse. Como é possível? Eu sou a tua mãe, eu posso tudo por ti!!! Eu movo montanhas, eu luto, eu bato, esperneio, faço frente, viro das tripas coração, arranjo forças que não tenho … o que for, para que nada, nada, nada de menos bom te conteça… E quando perguntei em que árvore estavas empoleirada... “Nenhuma. Ía a andar, calmamente, tropeçou e caiu. Bateu com a boca no muro.” Podia ter acontecido a qualquer um. Mas foi a ti... E eu... nada. Restou-me marcar-te consulta no dentista, só para ver. Já se passaram duas semanas. Já passou. Estou bem. À data dois partidos: dentinho + coração da mãe.

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