quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Tudo

É quase um dilema. Minto. Poderia ser se tivesse opção. Ainda temos opção nas palavras, nos gestos, no olhar, nos actos. Nos sentimentos não. Sente-se e pronto. Podemos desviar os pensamentos, podemos ocupar-nos para não pensar, não sentir. Mas... eventualmente, sente-se. Sinto muitas vezes que tu e o pai são tudo para mim. Tudo? Sim. A minha família é tudo para mim, os bons amigos são tudo para mim. A nossa saúde é tudo. Mas vocês... é diferente. São tudo acima de todos os outros. É difícil gerir este sentimento. Para mim é. Por vezes chega mesmo a ser desconfortável o suficiente para eu não o querer sentir. Porque ser tudo para alguém é uma enorme responsabilidade. É um enorme conforto e uma enorme insegurança. E se nos falta o tudo um dia? É ao mesmo tempo o melhor e o pior dos sentimentos. Tudo... Sim, tudo. Quer seja um alento constante, quer se torne uma angústia, é. É o meu sentimento. São tudo.

Um comentário:

Marília disse...

Entendo perfeitamente. O meu "sufoco" agravou-se desde aquele episódio em que não sabíamos da Leonor num restaurante.
Nesse momento senti o meu mundo desmoronar e nem consigo descrever o turbilhão de pensamentos e sentimentos que senti naqueles segundos até a descobrirmos.