terça-feira, 15 de março de 2011

1.º Amor

São amores diferentes. Sim, é certo. Incomparáveis. Sim. Ainda assim, se eu falar em amor, nos meus amores, nos meus sentimentos mais profundos felizes e doces, foi o primeiro. O papá. O papá foi o meu primeiro amor. Dura até hoje. Estou certa que vai durar para lá desta vida. Durar nem sei se é termo suficiente, preciso. Dura, é certo, mas é mais intenso, mais forte, mais sólido, maior, superior. Às vezes parece que me ultrapassa, até assusta… Mas dizia… o papá é o meu primeiro amor. E quando ele não está é quase para mim indescritível. Desde que ele embarcou há uns dias que perguntas diariamente quando é que ele volta. Hoje, mas abriste os olhos, as tuas primeiras palavras foram “é hoje que o pai chega?!!”. O teu olhar ficou sombrio quando respondi que não, ainda não, mas que estava quase, não faltava nada. Fiz um ar de contentamento, quase de desprezo pela tua ansiedade, para ver se lhe davas menos importância, mas aqui entre nós, tive tanta vontade de fazer beicinho como tu. O meu coração ficou pequenino. Foram as saudades que o apertaram muito. Fiz por saltar da cama para me despachar, ou direi, para me distrair? Quando o pai não está sinto-me incompleta, insegura, ansiosa, mais triste, menos bem. Saudades, muitas. Falta-me o calor; a voz – geralmente calma; o recomeçar do dia quando ele entra em casa à noite; as mãos que tudo abarcam; o abraço e o beijo; o sorriso e a serenidade, o olhar terno. Talvez seja falta de hábito. Sim, separamo-nos pouco. Talvez seja saudável para ambos… Sim, também concordo. Mas que fazer? Prefiro-o pertinho de mim…

Um comentário:

Guia disse...

Awwww... e que inveja que nos fazem!