domingo, 22 de maio de 2011

Mais das tuas

À saída da aula de inglês vieste ter comigo, baixaste a cabeça e deste um beijo repenicado na minha barriga. Depois olhaste para mim e perguntaste:
- A Maria vai nascer com cabelinho mãe? Ou achas que vai nascer sem cabelinho?

Hoje de manhã saltaste para a nossa cama onde eu ainda estava deitada. Deste-me um beijo, depois deste outro na minha barriga:
- Bom dia Maria! Agora vou-me deitar aqui ao pé dela. Vou dormir aqui ao pé da minha Maria querida!

Troca de elogios:
Tu: Mãe o teu vestido é tão giro. Tem bilhantes!
Eu: Obrigada minha querida.
Tu: E o meu vestido, é giro?
Eu: O teu vestido é giríssimo e fica-te muito bem. Tu ficas muito bem de vermelho. E ficas linda de totós.
Tu: Tu também ficas muito linda mamã.
Eu: De totós??
Tu: Não!!! Com os ganchos mãe!
Claro, onde é que eu tinha a cabeça... :-)

Tu: Eu quando ‘tava na tua barriga chegava ao teu pescoço!
Eu: Ao meu pescoço?? Não!
Tu: Sim mãe, quando dava pontapés...
Ui, felizmente que não!!!

Tu: Tu não tens pai, pois não mamã.
Eu: Tenho pois. Já no outro dia te expliquei. Já não te lembras?
Tu: Não.
Eu: O meu pai é o avô F.
Tu: Ah pois é. E a tua mãe?
Eu: É a avó M.
Tu: Mas ela é minha avó!
Eu: Sim. Tua avó e minha mãe. E o avô F. é teu avô e meu pai. Não está é cá connosco sempre como a avó está.

- Pai és um papagaio... sempre blá, blá, blá, blá...

Tu: Os cromos mãe, já acabaram?
Eu: Sim.
Tu: Poque estão murchados?
Eu: O quê?
Tu: Poque estão murchados?
Eu: Murchos?
Tu: Sim.
Eu: Não. As flores é que murcham. Os cromos não.
Tu: Ai não... (pensativa...)

Eu: A continuares assim Margarida, vais de castigo para o teu quarto, depois vais directa para o banho e não vês nada de nada!
Tu: E eu não vou comer??
Ahahahahah, fomeca é que não!!!

No colégio frente à imagem de Maria feita pelos alunos:
- Olha mamã vês, a Nossa Senhora chegou, e é a Maria!!!

Em casa da avó M. depois de ela te ter dito que tinhas de ir tomar banho e ter com isso desencadeado uma enorme birra, foste para o teu quarto e gritavas a plenos pulmões:
- Eu quero a minha família!!!
Depois da birra ter passado e a avó conseguir finalmente dialogar contigo, perguntou-te quem era a tua família:
- A mamã, o papá e a Maria...

- Eu depois vou ajudar a mamã com a Maria. Ai vou, vou. E quando eu saltar ao pé dela, ela vai achar uma doçura!!!
Lol!

Uns dias depois de passarmos um Domingo com os nossos amigos de Leiria:
Eu: O Mickey vive muito longe, mas se calhar um dia podemos lá ir filha...
Tu: Pois vive longe. Eu sei onde. Vive em Leiria!

- (...) Sim, eu lembro-me da casa da A. E lá vocês, os meus pais, tinham de fazer-me uma caverna para mim e para a A. Para nós brincarmos...
-Se dúvidas nós tivermos de que somos os teus pais e de que temos estas obrigações lúdicas... :-)

Eu ajudei a mamã a pintar este desenho porque eu sou a irmã mais velha. Ajudo toda a gente!

Ao “aterrares” a toda a velocidade no sofá acabada de chegares a casa, dizes para o pai:
- Oops, é melhor tirar os sapatos aqui porque a Filipazits pode zangadits!!!
Ahahahahah.

A questionares o papá depois de terem ido ver o filme Gnomeu & Julieta (tão formal...):
-Poque é que ele arranjou forma de destruir os jardins, os dois?

Sentada no sofá da sala, de livro de animais na mão sob o colo...
- ...O rinoceronte, ao ver sua mãe, ficou mocionado...

Contou-me a R. que enquanto faziam um trabalho na aula, te ouviu à conversa com a tua amiga de eleição (a M.P.):
Tu: Eu tenho uma mana, sabias?!
M.: Eu também tenho.
Tu: Não tens!
M.: Tenho um mano.
Tu: Mas a minha mana gosta muito é de irmãs mais velhas...
... que sou eu!

Tu: Porque é que há pessoas sem filhos?
Eu: Porque há pessoas que não podem ter bebés, ou não têm dinheirinho para ter, ou porque simplesmente não querem ter.
Tu: As mamãs – e algumas filhas – têm bebés. Os senhores é que não têm.
Eu: Os homens não têm bebés não.
Tu: Pois. Eles têm de nascer da barriga. E as avós também não têm bebés.
Eu: As avós já tiveram...
Tu: O quê mãe?

Tu: Esta pedra é uma semente.
Eu: Ai é?
Tu: Sim. É uma semente para a tua barriga.
Eu: Isso tem que ser o pai a pôr, a semente na minha barriga.
Tu: Porquê?
Eu: Porque é preciso uma mãe e um pai para fazer e nascer um bebé.
Tu: O papá já pôs na tua?
Eu: Já. Por isso é que está aqui a Maria dentro da minha barriga.
Tu: Mas tu disseste que ele ía pôr ao final do dia!
Eu: O quê????!!! Eu? O quê???? Eu disse isso?
Tu: Sim disseste.
Eu: Creio que percebeste mal. A mãe não disse isso. Devo ter dito outra coisa.
Tu: Não. Tu disseste.
Eu: Olha que não devo ter dito.
Tu: Então foi o pai que disse...

- Mamã obrigada! Esta é a minha cadeneta mais peferida!!!
E a única na verdade... :-)

Tu: Tu és muito querida mamã.
Eu: Obrigada.
Tu: Mas às vezes pões-me de castigo.
Eu: Olha que nem por isso. Até acho que devia pôr-te mais vezes...
Tu: Porque é que não pões?
Eu: Pois... porque... olha, por isso, porque sou uma mãe muito querida (e fraca, pensei para mim...)!
Tu: Ah mamã!!!

Tu: O teu pai já morreu mamã?
Eu: Não. Não vive cá, mas está vivo. É o avô F.
Tu: E a tua mãe já morreu, não é papá?
Papá: Sim, a minha mãe já morreu.

No colégio:
Tu: Olha mãe este desenho grande. É a Maria. Foram os meninos da sala verde que fizeram.
Eu: A Maria, a Nossa Senhora.
Tu: Sim, a minha mana Maria e a Maria, mãe do Jesus. É o mês de Maio, das duas.
Eu: Pois é!
Tu: Eu nasci em Portugal. Em Lisboa. E a avó M. também!
Eu: Ahahah, sim, é verdade. E eu e o pai também.
Tu: E a Maria também vai nascer, não é mãe?
Eu: É pois.

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