terça-feira, 12 de maio de 2009

É tão verdade

É tão verdade que me arrepiei ao ler. Penso frequentemente nisto. Anseio por nunca te cortar as asas e a imaginação; por nunca ultrapassar o limiar entre o conselho e as coisas feitas à minha medida. Acredito que quanto mais livre de pensamentos e ideias fores, mais feliz serás. Gostava muito de, também aqui, contigo ter sucesso enquanto mãe, educadora e, sobretudo, amiga. Deixo aqui uma história que li hoje no blogue da “tia” S. É tão verdade…
Era uma vez um menino. Ele era bastante pequeno. E ela era uma grande escola. Mas quando o menino descobriu que podia ir para a sua sala, caminhando, através da porta, ele ficou feliz. E a escola não parecia já tão grande quanto antes. Uma manhã, quando o menino estava na escola, a professora disse: - Hoje iremos fazer um desenho. - Que bom, pensou o menino. Ele gostava de fazer desenhos. Ele poderia fazer de todos os tipos: leões, tigres, galinhas, vacas, barcos… Então pegou na sua caixa de lápis e começou a desenhar. Mas a professora disse: - Esperem! Ainda não é hora de começar. E ele esperou até que todos estivessem prontos. - Agora - disse a professora - iremos desenhar flores. - Que bom, pensou o menino. Ele gostava de desenhar flores. E começou a desenhar flores com os seus lápis cor-de-rosa, laranja e azul. Mas a professora disse: - Esperem! Vou mostrar como fazer. E a flor era vermelha com o caule verde. No outro dia, quando o menino estava numa aula ao ar livre, a professora disse: - Hoje iremos fazer alguma coisa com barro. - Que bom, pensou o menino, ele gostava de barro. Ele podia fazer todas as coisas com barro: elefantes, carros e camiões. Ele começou a juntar e a amassar a sua bola de barro. Mas a professora disse: - Esperem! Não é hora de começar. E ele esperou até que todos estivessem prontos. Agora, disse a professora, iremos fazer um prato. - Que bom, pensou o menino. Ele gostava de fazer pratos de todas as formas e tamanhos. A professora disse: - Esperem! Eu vou mostrar como se faz. E ela mostrou a todos como fazer um prato fundo. - Assim - disse a professora - Agora podem começar. O menino olhou para o prato da professora. Então olhou para o seu próprio prato. Ele gostava mais do seu prato do que do prato da professora. Mas ele não podia dizer isso. Ele amassou o seu barro numa grande bola novamente e fez um prato igual ao da professora. Era um prato fundo. E muito cedo, o menino aprendeu a esperar e a olhar, a fazer as coisas exactamente como a professora dizia. E muito cedo, ele não fazia mais as coisas por si próprio. Então, o menino e a sua família mudaram-se para outra casa, outra cidade e o menino teve que ir para outra escola.
Esta escola era maior do que a primeira. E no primeiro dia a professora disse: - Hoje faremos um desenho - Que bom, pensou o menino. Então ele esperou que a professora dissesse o que fazer, mas a professora não disse. Ela apenas andava pela sala. Foi até ele e disse: - Não queres desenhar? - Sim, disse o menino, o que é que nós vamos fazer? - Eu não sei até que o faças, disse a professora. - Como posso eu fazê-lo? Perguntou o menino. - Da maneira que gostares, disse a professora. - De que cor? - Se todos fizerem o mesmo desenho e usarem as mesmas cores, como é que eu vou saber quem fez o quê e qual o desenho de cada um? - Eu não sei, disse o menino. Então, o menino começou a desenhar uma flor vermelha com o caule verde...

3 comentários:

Anônimo disse...

Minha querida Filipa,
Esta é a maior encruzilhada da educação: formar sem (en)fomar ou, pelo menos, formar mostrando que existem tantas formas, tantas cores, tantas diferenças, como o número de pessoas deste planeta. Manter estes valores num caminho que a maioria pretende linear e cinzento não é fácil. Saberás quando a nossa Margarida entrar na escola. Aí, luta como uma leoa para preservar o mundo da tua filha, onde cabem todas as flores, todos os pratos, até as flores vermelhas de caule verde e os pratos fundos. Convosco ao lado ela conseguirá sempre colorir e melhorar este mundo, deixando a sua marca em tudo o que faça e em todos que toque.´
Beijinhos
Sónia

Mamã disse...

Obrigada Sónia. Ao ver-te e ler-te, sei que é possível. Só quero conseguir. Beijo

cristina disse...

É uma grande verdade. E sei que conseguirás.