quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Do adeus à chucha


Dia 1: Na noite de 18 para 19 de Agosto foi a tua primeira noite (desde os seis meses e pouco) sem chucha. Estiveste 15 minutos a chorar... Pedias a chucha insistentemente, até que adormeceste, exausta. Não tinhas feito a sesta nesse dia. A meio da noite acordaste (calculamos que tenhas procurado a chucha na cama, como era hábito e, uma vez que ela lá não estava, acordaste e chamaste). Choraste uns minutos até voltares a adormecer. Na manhã seguinte foi uma festa! Muitas congratulações todo o dia, dizer aos padrinhos (que também estavam em Monte Gordo) contar a todos na praia, no café, telefonar a toda a família a contar a novidade. À tarde, pediste a chucha brevemente, para a sesta, mas saltaste a sesta novamente (o que é compreensível preferires não ter de dormir, a sentir a falta da chuchinha e o que até foi bom, dado que quando entrasses nos 4 anos não irias fazer mais a sesta no Colégio).
Dia 2: Na segunda noite sem chucha o sono era terrível o que foi muitíssimo conveniente... Adormeceste à mesa, literalmente, enquanto tentavas jantar. Estavas derreada. Voltaste a acordar a meio da noite, mas desta vez, depois de pedires e beberes água, quiseste deitar-te ao meu lado. Não choraste nem pediste a chucha. Voltaste a adormecer bem, em minutos. Nesse dia, antes de jantar, estavas visivelmente cansada. Fiquei na dúvida se o teu olhar reflectia apenas cansaço ou também tristeza.
Eu: Estás triste filha?
Tu: Não.
Eu: Não estás triste por não teres a tua chucha?
Tu: Não mamã, estou só cansada.
Dia 3: A terceira noite já mostrava o sucesso de mais um passo de deixar para trás a bebé que ainda há em ti... Deitada na tua cama, pediste para te lermos uma história. Assim que acabei de te ler a história dos estrunfes, adormeceste. Não mencionaste a tua amiga, muito embora com certeza sentisses muito a sua falta. Mais uma vez, valeu-nos o cansaço da praia e o soninho, o calor, os dias estafantes e o facto de continuares a recusar dormir a sesta. Não choraste, não demoraste a adormecer. Não acordaste a meio da noite. Foi perfeito. A meio do dia, sem que nada nem conversa alguma o fizesse prever, saíste-te com: em Lisboa, eu vou a casa da avó M. e ela tem lá chuchas e dá-me! Ignorámos...Uns dias depois ainda te vimos pôr o dedo na boca (cremo que, na tentativa de perceber se seria tão bom como chuchar na chucha, afinal, se a mana chucha no dedo, se calhar não é mau), mas sem demais repercussões. Lembro-me de conversar contigo algumas vezes sobre o assunto, para indagar que estavas, apesar de tudo, segura de que era o melhor para ti. Disse-te inclusive que iria custar muito no primeiro dia, um bocadinho nos seguintes, mas que, a pouco e pouco, deixaria de ser custoso. Uns dias depois da primeira noite, disseste-me: mãe? Sim. Hoje já não custa tanto.

Nenhum comentário: