terça-feira, 20 de setembro de 2011

Da responsabilidade

Eu sei que não pediste para nascer (como se costuma dizer), que vieste ao Mundo somente por vontade (imeeeeeeensa) dos teus pais. Eu sei que - muito menos - escolheste os pais que tens, a família que tens ou escolheste ter uma mana. Eu sei. Mas não há outro modo de te dizer isto: é assim a vida. Tens-nos a nós e agora tens uma maninha. Refiro-me a isto porque, com a Maria vêm um número infinito de coisas boas, mas também a partilha e a responsabilidade. Se tudo correr como desejamos, também tu serás um alicerce, um pilar, um exemplo a seguir para a tua maninha (e vice-versa!). Sendo 3 anos e meio mais velha, também tu serás (gostaríamos nós) responsável pela sua educação (no sentido de ela crescer bem e feliz), pela sua segurança e bem estar (e vice-versa!). Serão as melhores amigas uma da outra (ou, pelo menos, este é o nosso desejo mais profundo). Bom, mas sem dramas Margarida. :-) Escrevo este intróito porque me lembrei destes pequenos apontamentos (importantes) a propósito do que vos escrevo em seguida.
Um dia nestas férias eu e o papá preparávamos o almoço e resolvemos deixar-vos no quarto (a mana deitada na cama) com a indicação: “tomas conta da mana”, ao que tu acedeste prontamente. O pai foi mais cuidadoso e lembrou-se de deixar a máquina de filmar a jeito... a filmar. Posso dizer-te que quando vi o filme fui às lágrimas de tanto rir. Não pelo que diz respeito à maior parte do filme, mas por dois momentos: aquele em que consegues pôr a Maria ao teu colo e aquele – este sim, demais! – em que, achando que ela não está na melhor posição para seguir a tua conversa, decides que a mana deve mudar de sítio. Como não te convences que lhe consegues pegar (felizmente!!!) arranjas uma solução prática e simples: rebolar!!! Vais empurrando a mana devagarinho, ela vai rebolando até ficar onde tu queres, qual boneca. Ora bem, uma despachada. Fomos obviamente dando “um olhinho” e certificámo-nos de que nunca a ouvíamos choramingar, pelo que fomos deduzindo que estavam bem. Começaste por lhe contar histórias... do género: era uma vez uma flor. Ela nasceu, tinha uma mãe e um pai. Depois eles morreram. E acabou. ??? Depois mostraste todos os teus ganchos, pulseiras, fitas para o cabelo, malinhas e etc. que tinhas, enquanto falavas, falavas, falavas. Explicavas o que era, para que serviam e como se utilizavam, rematando sempre com um cómico “assim, vês?”. Quando a mana bolsou um pouquinho correste a chamar-nos. Davas muitos beijinhos e festas à maninha, deitaste-te umas quantas de vezes ao seu lado, coladinha a ela, enquanto lhe davas mimos ou falavas com ela. Quando perguntávamos se estava tudo bem, respondias prontamente que sim e em seguida ouvíamos-te “a maninha está aqui, não é, não é?”. Demais! Experiência a repetir. Tomaste muito bem conta da mana Margarida! Adorámos. 

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