terça-feira, 21 de junho de 2011

Maria

É avassalador. Creio que o turbilhão de sentimentos foi ainda maior. A incerteza de que correria tudo bem (novamente). O medo de não saber lidar com duas filhas. O fim da espera que parecia interminável. A curiosidade – creio que desta vez ainda maior – de saber como eras. Assim que a tia C. te deixou sobre a minha barriga chorei. O papá sorriu para mim afagando-me as lágrimas e depois para ti, comentando como também nascias com um cabelo invejável para um bebé. Nasceste e as lágrimas foram um reflexo do alívio, do fim venturoso de uma série de incertezas e questões, foram sobretudo, de enorme felicidade. Estavas finalmente nos meus braços e, mais uma vez, os sentimentos parecem saltar do meu peito e deixar-me parca em palavras, em descrições. Horas mais tarde sorri-te, enquanto te admirava. Sorri francamente com a certeza de que o teu nascimento deu ao meu coração a capacidade de amar a dobrar, não por agora serem dois os meus tesouros, mas por, sendo dois, ser capaz de amar a dobrar ambos. Sorri feliz com a certeza de , se por ventura um dia tivéssemos outro tesouro, eu o abarcaria da mesma forma quente e intensa. Tu nasceste. Finalmente. Estou muito feliz. É avassalador.

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