segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Um mar...

... de lágrimas, resume a 2.ª vez que te deixámos de manhã. Em casa começaste logo a dizer que querias que eu ficasse contigo. Que ficasses se eu ficasse também. Que eu não fosse trabalhar, que o dinheirinho não era preciso. Que não querias ir. Que querias ficar connosco. Quando lá chegaste não quiseste descer do colo do pai. Depois já no chão não quiseste o bibe. Lá te convenci. Vestido o bibe não havia maneira de entrares da sala de música para esperar uns minutos pelas 9h. Depois trepaste por mim acima. Começaste a chorar quando te quis pôr no chão. Ficaste muito enervada e a chorar imenso quando tentei que te juntasses à roda de meninos e meninas que davam as mãos. Acabámos por ir até à tua sala contigo. Foste sempre a chorar. O ambiente não ajudava, havia muitos meninos, como tu, que hoje choravam, muitos mais, ao contrário de sexta-feira. Tivemos de entrar na sala. Eu tive de sair para vir cá para fora chorar. Ouvia-te a ti a gritar, ainda ao colo do pai. Eu chorava mais ainda. A G. passou por mim, vinha buscar as tuas chuchas para te acalmares um pouco. Resultou. A porta fechou-se, eu não tinha voltado a olhar para ti. Os pais chorosos não podem deixar que os filhos os vejam, aconselharam-nos. A porta fechou-se. Ficámos do outro lado a ver se te ouvíamos. Nós e mais uns quantos pais. O papá espreitou. Estavas sentada, ao lado dos teus coleguinhas. Triste, de cara molhada, mas sem chorar, com as tuas chuchinhas. Eu não, a minha “chucha” és tu: chorei até chegar ao banco.

Nenhum comentário: