quarta-feira, 19 de março de 2014

Última ida ao cabeleireiro


Da última vez estiveste impaciente e passaste o tempo todo a perguntar se faltava muito. Desta vez disse-te para teres calma. Ajudou teres encontrado um colega de turma que se sentou antes de ti a cortar o cabelo. Portaste-te como uma menina crescida (também, que seria….) e dada a presença do teu colega (muito simpático por sinal) pediste que não te enrolassem a toalha na cabeça (como habitualmente gostas tanto) depois de lavar. Ai as vergonhas da pré-pré-adolescência, ahahah. E tu? Bemmmmm. Tu portaste-te l-i-n-d-a-m-e-n-t-e. A G. nem queria acreditar. A verdade é que não costumas ser difícil nestas coisas, nada. Mas quando digo que te portaste lindamente, foi mesmo top! Uns dias antes – como quase sempre que te dizemos que iremos fazer alguma coisa que não adoras – começaste por me dizer que não querias cortar o cabelo. 5.ª feira disse-te que eu ia cortar, depois seria a mana e depois tu. As três. Posto isto ouvi um “sim mãe”. E assim foi. É algo muito teu. A primeira reacção é geralmente negativa. Não é que te zangues, mas sempre que te dizemos vamos a sítio x, ou vais ter de fazer y…, ou teremos que… a primeira resposta é “não”. Não quero, eu não vou. Contudo, depois de conversarmos, depois de entenderes o porquê, depois de pensares no assunto respondes diferentemente. A partir daí não voltas atrás na tua palavra. Eu acho o máximo tendo em conta a tua tenra idade. Não desdizes, não arranjas desculpas de última hora, nada. Se é “sim” é “sim” (mas se continua a ser “não” é de facto difícil deixar de o ser também). Assim foi há uma semana no cabeleireiro. Depois de a mana estar pronta dissemos-te que era a tua vez. Não quiseste uma cadeira elevatória, querias sentar-te tal e qual como a mana. A G. acedeu. Depois disso pediste o iPhone para “xogar um xogo”. Sentadinha, de iPhone na mão, limitavas-te a responder ao que a G. te ia perguntando sobre o jogo ou sobre ti. Por vezes, quando sentias cabelos nas mãos, olhavas para elas para te certificares de que eram de facto cabelos que te incomodavam e depois, calmamente, sacudia-las. A G. teve tempo de cortar, acertar, ver e rever, usar esta e aquela tesoura. Por fim ainda pegou no secador e olhou para mim. Eu fiz aquele ar de “vai estragar tudo, nem tente”… A G. perguntou-te então se podia usar o secador para limpar os cabelos que estavam no teu pescoço. Acenaste, pois bem. E assim fez. Prontinha olhaste finalmente para nós, elogiámos-te o comportamento e o novo look, ficaste muito feliz e sorridente e foi assim. Tranquilo, tranquilo J. (03032014)

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