quarta-feira, 17 de novembro de 2010

U2

Desde o primeiro dia em que nasceste, ou melhor, desde a primeira vez em que tivemos oportunidade (na verdade forçada) para sairmos de casa os dois deixando-te com alguém, só para espairecermos, jantarmos os dois, bebermos um copo… desde a primeiríssima vez que o meu coração se apertou. É um sentimento de culpa inexplicável. Estás bem, ficas bem, não é por uma hora ou duas que vais um dia achar que os teus pais não te acompanharam, mas… é mais forte que eu. O mais engraçado é que quase três anos depois o sentimento é o mesmo. A facilidade com que aceito que tenho um jantar ao qual não podes ir é outra, mas o sentimento de culpa é o mesmo. O mais frustrante, acontece quando saímos, vamos, temos um jantar, vamos ver um filme e no final concluímos que nem valeu a pena! Bem, aí é demais. Fico furiosa. Tu divertiste-te, nem perguntaste por nós, mas eu sinto-me a pior mãe do Mundo. A bem da verdade até é muito pouco frequente. Sempre que podemos estar com amigos em casa em vez de fora é isso que fazemos. Assim, estás sempre presente e adoras. É bom para todos. A mim deixa-me feliz, calma, sem remorsos. Foi com este sentimento que dia 2 de Outubro, fui até Coimbra. Eu queria mesmo, mesmo ir, mas ao mesmo tempo… Tenho a dizer que assistir a um concerto destes, e do meu grupo favorito foi o que custou para, pela primeira vez, sentir que valeu a pena. É que valeu mesmo ver os U2. Até começar ainda pensei, quase um dia inteiro sem ti, só te iríamos buscar no dia seguinte… e dez minutos de concerto e eu já estava convencida de que tinha sido a melhor opção. Gostei tanto que não me senti tão culpada :-). 

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