terça-feira, 6 de outubro de 2009

Apegada a nós

As últimas semanas têm sido complicadas no que se trata de saber como lidar contigo. Não só pelas imensas birras, mas pelo facto de andares sempre a chamar por nós. A sensação que dá é que tens medo que desapareçamos. As birras podem ser de meio minuto, como de meia hora e são, literalmente, por tudo e por nada – sobretudo por nada! Ainda este fim-de-semana saímos de um restaurante sem sobremesa e/ou café porque gritavas a plenos pulmões embora, agoia, embora, mamã e papá! Fui lá para fora contigo mas querias o pai. Depois foi o pai e querias a mãe. Conclusão, na verdade querias que fossemos juntos, os três, e se um de nós não aparecia ao teu lado de imediato, choravas e gritavas mais ainda de cabeça no ar à nossa procura. Não quiseste comer mais nada senão a sopa e chegava a doer olhar para ti no pranto e nos nervos em que estavas. Tem sido assim. Birras normais nesta idade e o facto de estares sempre a medir até onde podes e deves ir à parte, o que me preocupa é mesmo o receio que demonstras quando um de nós não está presente (ou mesmo a avó M.). Se um de nós sai de casa por uns minutos, começas logo a chorar. Chamas pró nós vezes sem conta e nem sempre te acalmas com a explicação do “porquê de não estar” e com o facto de que “volta num instante”. Para adormecer é onde se nota mais este apego. Será que houve alguma coisa que fizemos que despoletasse esta ansiedade? Não sabemos bem o que fazer. Explicamos-te sempre quando saímos, onde estamos, quando voltamos. Não saímos sem te dizer. Tentamos que nos acompanhes sempre que é possível. Enfim, estamos um pouco perdidos…

4 comentários:

Christine Trévidic disse...

Filipa, acima de tudo muita paciência e calma. Se leres sobre esta fase, todos os autores a caracterizam como a fase das birras e dos testes e todos nos incentivam a ter mesmo mta paciência. Nós obviamente estamos a passar pelo mesmo, mas já vejo resultados da nossa firmeza e determinação na forma como lidamos com ele, sem deixar de dar todo o mimo possível e imaginário!!
Tivemos reunião geral de pais no colégio, na semana passada, e a professora perdeu algum tempo com este assunto, dando dicas e explicando algumas situações mais previsíveis. No decorrer da reunião havia um pai que transpirava e abanava a cabeça a cada exemplo que a professora dava. Via-se q estava nas últimas e n devia dormir bem há dias... a filha tem 2 anos e pouco e parece q leva os pais ao desespero! Eu só pensava q n ia chegar àquele ponto. Tenho-me aguentado... :) beijos!

Mamã disse...

Obrigada querida amiga. A mim custa-me particularmente. Calculei que fosse apenas isso: muita calma, paciência e firmeza. Mas sei lá, às vezes podia haver mais qualquer coisa... uma poção mágica! :-)
Obrigada e muitos beijos.

Marília disse...

Bom, por acaso uso uma e tem resultado: as bolinhas homeopáticas Chamodent. Não sei se é do açucar ou das ervas calmantes, mas ela fica a trincar e acalma.
Acredita que faz milagres quando ela está naquela fase de choro descontrolado :)
Sei que não é fácil e cada vez mais acredito que cada caso é um caso, mas o mais importante é evitar de ceder senão percebe que a birra resulta e o problema agrava-se. Tens de ir por tentativa e erro para ver o que resulta no caso da Magui.
No caso da Leonor, o truque é manter a calma, tentar explicar com voz calma a situação e no fim pergunto: "Leonor, queres que a mamã fique triste? Queres que a mamã se zangue?" ela responde de cabeça baixa um tímido: "Não" e a birra desaparece :) Quando não resulta, ignoro-a e ela desiste.
Boa sorte e beijos aos 3.

cristina disse...

Pois é... Cada caso é um caso. Não repito o que já foi dito, acrescento antes mais uma coisa. A minha colega e já amiga, mãe há 7 anos, há muito tempo que me diz que todos os dias somos postos à prova de maneiras diferentes. Isto porque quando descobrimos uma maneira de contornar o problema, em pouco tempo eles descobrem forma de também contornar a nossa solução. É mesmo assim. Primeiro, a solução era firmemente segurar-lhe as mãos, imobilizando-a, 30 seg no máximo, dizendo estás de castigo. Depois, tivemos de evoluir para uma palmada como resposta às mãos levantadas com cara de má. Já passei por mais tentativas e agora estou no processo de não mostrar o como fico afectada e com a MAIIIIOR calma do mundo dizer que não estou contente e impedi-la de seguir caminho antes de cumprir o solicitado (apanhar o que atirou, pedir desculpa, sei lá). Estou à espera da vez em que tenha de inventar mais uma estratégia. Mas o truque resume-se de facto a só uma coisa: paciência e firmeza... E confesso-te, pensei que fosse pior... Beijos