quarta-feira, 12 de agosto de 2009

As super birras

Vieram para ficar. Durante quanto tempo, não saberemos dizer, prever ou mesmo adivinhar. O facto é que sempre que acalmas mantemos a esperança que sejam menores a cada dia que passa. Até à data, nem por isso. Nos primeiros dias de férias foram de facto mais intensas ou, pelo menos, mais numerosas. Creio que se deveu a alguma habituação, das mudanças de rotina, do facto de deixares de estar com a avó M. e de passares dias inteiros connosco e, provavelmente, também ao sentires saudades suas. Os molares que começam a romper (e já se vêem bem na tua boca em cima) foram e são uma ajuda preciosa nas birras infindáveis. Todavia e, apesar de dos últimos quatro dias terem sido melhores, as birras começam de manhã e só terminam à noite, quando já dormes. Já li que é normal, aliás, normalíssimo. Estranho era se já não estivesses em pleno nesta (outra!) bela fase da evolução do bebé. Ao que parecem, costumam ser entre os 18 meses e os 3 anos de idade. Variam conforme o feitio, o tratamento das mesmas, enfim, varia obviamente de criança para criança. Tudo e qualquer contrariedade desencadeia uma birra. Mas daquelas em que choras (lágrimas de crocodilo), com ar ofendido, aos berros, que nos faz querer desaparecer do restaurante ou enfiar-nos num buraco em plena praia. Começam do nada ou com alguma coisa, seja ela má ou boa! É por isso totalmente imprevisível. Por vezes é logo de manhã, assim que acordas! As palmadas – já experimentámos – mas de pouco serve ou mesmo, de nada. Seja quando estás em plena birra ou quando tenhas feito uma asneira. Já percebemos que o ideal é mesmo ignorar. Deixar-te gritar até te cansares. Chega a ser cómica a velocidade com que sais de uma birra para um sorridente “cucu” ou uma gargalhada. Se ficarmos zangados, também resulta e tu percebes. Chegas a pedir colo, abraços e a chorar, em jeito de ofensa por estarmos tristes contigo. Em suma, percebes p-e-r-f-e-i-t-a-m-e-n-t-e o que fazes e o efeito que isso tem no ambiente que te rodeia e, em última instância e mais importante, em nós. Já chegámos mesmo ao ponto de te obrigar a pedir desculpa. Não quiseste. Mas quando me viste de cara virada, sem sequer olhar para ti, lá terás entendido o significado da palavra e repetiste-a umas três vezes. Peguei-te ao colo, disse que não podias voltar a fazer, mas que te desculpava. Beijinhos e abraços, ficamos prontos para outra! A próxima birra.

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