domingo, 8 de março de 2009

Adormecer

Geralmente ao nosso colo. Na nossa cama ou na tua também. Com a mamã, sentadas no puff. Com o papá, ao colinho em pé, andando pelo teu quarto, de um lado para o outro. À noite, não costuma demorar muito até caíres num sono profundo e que inspira paz e serenidade. Às vezes choramingas antes de cederes ao fechar das pálpebras. Outras vezes, fazes uma birrinha porque não queres ir dormir, não obstante o sono imenso e o cansaço que sentes. Já aconteceu, embora raras vezes, ires até ao quarto de mão dada, voluntariamente, para ir dormir. Os sinais de que tens sono são as comuns birrinhas; a impaciência, o não saberes o que fazer ou com o que brincar. Andas de um lado para o outro, à volta dos teus livros e brinquedos, à nossa volta. Pegas em alguma coisa para de imediato a deixares a um canto. Esfregas a cabeça, de um lado ao outro devagarinho. Tens uma chucha na boca, mas agarras em mais duas, uma em cada mão. Depois, gostas de te aninhar, gostas de embalo e de uma canção de embalar. O teu ritual é muito, muito engraçado e muito querido. Quando estás mais desperta ou com mais dificuldade em adormecer, rodas a chucha diversas vezes, tiras e voltas a pôr na boca, ajeitando devagarinho com a tua mãozinha pequena e fofa. Quando te rendes mais facilmente ao soninho, limitas-te a esticar o dedo indicador tão doce, e com ele vais empurrando o aro da chucha para dentro, vezes sem conta até, finalmente, adormeceres. Quando estás com mais miminho, vais soltando uns sons lamuriosos. Nós trauteamos uma canção de embalar ou cantamo-la e tu aconchegas-te mais ainda ao nosso peito, à nossa pele, ao nosso calor. Quando estás irrequieta, esticas-te e viras-te algumas vezes, para então voltares a aninhar-te nos nossos braços.
E quando adormeces, a tua respiração é totalmente regular, pesada como o teu corpo se faz sentir. E quando adormeces. eu deixo-te nos meus braços. Prolongo esse momento tanto quanto possível. Fico a olhar-te a dormir, serena, pequenina, bebé, linda. Fico a admirar-te, uma admiração profunda. Chega a doer… Chego a sentir as lágrimas a quererem humedecer os meus olhos. Porquê? Não sei. Gosto muito desta parte do dia e, só é pena que signifique que chegou ao fim e que, eventualmente, vou ter de te pôr na tua caminha e dormir sem ti ao meu lado, sem o teu calor e sem sentir a tua respiração doce, calma, mas profunda. Amo-te muito meu bebé.

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