terça-feira, 31 de julho de 2012

Educar trabalhando

Educar não é fácil. Temos dias destes e outros em que a vontade de rir não é tanta. Sobretudo não é fácil conciliar mimos, educação, atenção aos nossos filhos e ao mesmo tempo trabalhar (tentando ou não alcançar uma carreira de sucesso), manter uma vida social (por mais pequena que seja), dar atenção ao resto da família, etc. Os dias não deixam de ter 24h – depois de termos filhos, entenda-se. E chegar ao final do dia, com a sensação de dever cumprido no trabalho, ir buscar as crianças, saber como foi o seu dia, dar banhos e jantares, contar histórias e fazer festas enquanto se tenta matar pela raiz umas quantas birras e ainda conseguir argumentar contra respostas como a de cima… Uf! Defendo por isso que cada um deve ter filhos se assim o desejar… muito. Não vale a pena ceder a pressões (sociais e/ou familiares) se não se estiver certo disso. Depois? Depois confirmam quase de imediato que foi a melhor decisão que tomaram nas vossas vidas e que eles são o melhor que vos aconteceu. Sinceramente. Eu confirmo, sem qualquer hesitação. Certo é que, de facto, não é fácil. “Deixá-los” para regressar ao trabalho, sobretudo logo após uma licença de maternidade, é a primeira prova disso mesmo. Um misto de saudade, dor, sentimento de culpa e, do outro lado, vontade de voltar a ser uma pessoa inteira: mulher, mãe, trabalhadora, útil aos outros e à sociedade. Depois vem a organização que tudo isto exige de cada hora do nosso dia; o desligar automático do trabalho “na nossa cabeça” assim que chegamos a casa; controlar os nervos quando, prontos para sair de casa, um pequeno ser se lembra de nos babar a camisa ou as calças…  Enfim, trabalhar-se e ser mãe/pai não é fácil. Pelo menos, não tanto quanto possa parecer. Mas apesar do ar de preocupação constante que temos depois de o sermos, não restem dúvidas que a felicidade e a sensação de sermos pessoas melhores se sobrepõem. Resta ter sorte e contar com colegas, chefes e uma empresa onde se dá (cada vez mais) valor ao indivíduo enquanto ser humano no seu todo e não apenas enquanto empregado. Já para não falar de respostas como a do exemplo que temos o prazer de ouvir, diariamente…
(Artigo que escrevi para revista interna do Banco)

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