Dia 1: Na noite de 18 para 19
de Agosto foi a tua primeira noite (desde os seis meses e pouco) sem chucha. Estiveste
15 minutos a chorar... Pedias a chucha insistentemente, até que adormeceste,
exausta. Não tinhas feito a sesta nesse dia. A meio da noite acordaste
(calculamos que tenhas procurado a chucha na cama, como era hábito e, uma vez
que ela lá não estava, acordaste e chamaste). Choraste uns minutos até voltares
a adormecer. Na manhã seguinte foi uma festa! Muitas congratulações todo o dia,
dizer aos padrinhos (que também estavam em Monte Gordo) contar a todos na praia,
no café, telefonar a toda a família a contar a novidade. À tarde, pediste a
chucha brevemente, para a sesta, mas saltaste a sesta novamente (o que é
compreensível preferires não ter de dormir, a sentir a falta da chuchinha e o
que até foi bom, dado que quando entrasses nos 4 anos não irias fazer mais a sesta
no Colégio).
Dia 2: Na segunda noite sem
chucha o sono era terrível o que foi muitíssimo conveniente... Adormeceste à
mesa, literalmente, enquanto tentavas jantar. Estavas derreada. Voltaste a
acordar a meio da noite, mas desta vez, depois de pedires e beberes água,
quiseste deitar-te ao meu lado. Não choraste nem pediste a chucha. Voltaste a
adormecer bem, em minutos. Nesse dia, antes de jantar, estavas visivelmente
cansada. Fiquei na dúvida se o teu olhar reflectia apenas cansaço ou também
tristeza.
Eu: Estás triste filha?
Tu: Não.
Eu: Não estás triste por não
teres a tua chucha?
Tu: Não mamã, estou só cansada.
Dia 3: A terceira noite já
mostrava o sucesso de mais um passo de deixar para trás a bebé que ainda há em
ti... Deitada na tua cama, pediste para te lermos uma história. Assim que
acabei de te ler a história dos estrunfes, adormeceste. Não mencionaste a tua
amiga, muito embora com certeza sentisses muito a sua falta. Mais uma vez,
valeu-nos o cansaço da praia e o soninho, o calor, os dias estafantes e o facto
de continuares a recusar dormir a sesta. Não choraste, não demoraste a
adormecer. Não acordaste a meio da noite. Foi perfeito. A meio do dia, sem que
nada nem conversa alguma o fizesse prever, saíste-te com: em Lisboa, eu vou a casa da avó M. e ela tem lá chuchas e dá-me!
Ignorámos...Uns dias depois ainda te vimos pôr o dedo na boca (cremo que, na
tentativa de perceber se seria tão bom como chuchar na chucha, afinal, se a
mana chucha no dedo, se calhar não é mau), mas sem demais repercussões. Lembro-me
de conversar contigo algumas vezes sobre o assunto, para indagar que estavas,
apesar de tudo, segura de que era o melhor para ti. Disse-te inclusive que iria
custar muito no primeiro dia, um bocadinho nos seguintes, mas que, a pouco e
pouco, deixaria de ser custoso. Uns dias depois da primeira noite, disseste-me:
mãe? Sim. Hoje já não custa tanto.
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