Eu sei que não pediste para nascer (como se costuma
dizer), que vieste ao Mundo somente por vontade (imeeeeeeensa) dos teus pais.
Eu sei que - muito menos - escolheste os pais que tens, a família que tens ou escolheste ter uma mana. Eu sei.
Mas não há outro modo de te dizer isto: é assim a vida. Tens-nos a nós e agora
tens uma maninha. Refiro-me a isto porque, com a Maria vêm um número infinito de
coisas boas, mas também a partilha e a responsabilidade. Se tudo correr como
desejamos, também tu serás um alicerce, um pilar, um exemplo a seguir para a
tua maninha (e vice-versa!). Sendo 3 anos e meio mais velha, também tu serás
(gostaríamos nós) responsável pela sua educação (no sentido de ela crescer bem e feliz), pela sua segurança e bem estar (e vice-versa!). Serão as melhores amigas
uma da outra (ou, pelo menos, este é o nosso desejo mais profundo). Bom, mas sem
dramas Margarida. :-) Escrevo este intróito porque me lembrei destes pequenos apontamentos (importantes) a propósito do que vos escrevo em seguida.
Um dia nestas férias eu e o papá preparávamos o almoço e
resolvemos deixar-vos no quarto (a mana deitada na cama) com a indicação: “tomas
conta da mana”, ao que tu acedeste prontamente. O pai foi mais cuidadoso e
lembrou-se de deixar a máquina de filmar a jeito... a filmar. Posso dizer-te
que quando vi o filme fui às lágrimas de tanto rir. Não pelo que diz respeito
à maior parte do filme, mas por dois momentos: aquele em que consegues pôr a
Maria ao teu colo e aquele – este sim, demais! – em que, achando que ela não
está na melhor posição para seguir a tua conversa, decides que a mana deve
mudar de sítio. Como não te convences que lhe consegues pegar (felizmente!!!)
arranjas uma solução prática e simples: rebolar!!! Vais empurrando a mana
devagarinho, ela vai rebolando até ficar onde tu queres, qual boneca. Ora bem, uma despachada.
Fomos obviamente dando “um olhinho” e certificámo-nos de que nunca a ouvíamos
choramingar, pelo que fomos deduzindo que estavam bem. Começaste por lhe
contar histórias... do género: era uma
vez uma flor. Ela nasceu, tinha uma mãe e um pai. Depois eles morreram. E
acabou. ??? Depois mostraste todos os teus ganchos, pulseiras, fitas para o
cabelo, malinhas e etc. que tinhas, enquanto falavas, falavas, falavas.
Explicavas o que era, para que serviam e como se utilizavam, rematando sempre
com um cómico “assim, vês?”. Quando a
mana bolsou um pouquinho correste a chamar-nos. Davas muitos beijinhos e festas
à maninha, deitaste-te umas quantas de vezes ao seu lado, coladinha a ela,
enquanto lhe davas mimos ou falavas com ela. Quando perguntávamos se estava
tudo bem, respondias prontamente que sim e em seguida ouvíamos-te “a maninha
está aqui, não é, não é?”. Demais! Experiência a repetir. Tomaste muito bem conta da mana Margarida! Adorámos.
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