Hoje zanguei-me contigo. Sem necessidade, sem razão,
praticamente sem fundamento. Foi um minuto, mas zanguei-me. Assim que me
pediste desculpa, disse-te logo que estavas desculpada, que não tinha mal. Mas
já era tarde. Fiquei com um nó no estômago até agora. Sinto-me pequenina,
infeliz e má mãe. Sei bem que me irritei porque a asneira é a mesma, todos os
dias: água por ti abaixo, pela mesa de jantar ou por todo o chão da casa de
banho, como foi hoje. Sim. Mas não tinha de me zangar. Acontece. Sobretudo a
quem é pequeno. Zanguei-me sem grandes cenas, sem gritar, mas zanguei-me.
Pedi-te desculpa e expliquei-te que me zanguei sem razão e que não tinhas
culpa. Mostras-te o teu ar despreocupado e disseste que não tinha mal. De nada
valeu. Sinto-me por dentro pela injustiça. Porque não é a primeira vez e temo
que não seja a última. Porque não tive razão e entornar e deixar cair,
acontece. Logo hoje que no almoço a que fui ouvi das frases mais verdadeiras no
que respeita a educar: “a educação não pode ser ao sabor dos nossos humores”.
Como me serviu a carapuça naquele momento, a mim e a 230 mulheres mais e ainda
assim... Sinto-me má mãe e só queria voltar atrás e apagar aquele mínimo
minuto.
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