Da última vez estiveste impaciente e passaste o tempo todo a perguntar se
faltava muito. Desta vez disse-te para teres calma. Ajudou teres encontrado um
colega de turma que se sentou antes de ti a cortar o cabelo. Portaste-te como uma
menina crescida (também, que seria….) e dada a presença do teu colega (muito
simpático por sinal) pediste que não te enrolassem a toalha na cabeça (como
habitualmente gostas tanto) depois de lavar. Ai as vergonhas da pré-pré-adolescência,
ahahah. E tu? Bemmmmm. Tu portaste-te l-i-n-d-a-m-e-n-t-e. A G. nem queria
acreditar. A verdade é que não costumas ser difícil nestas coisas, nada. Mas
quando digo que te portaste lindamente, foi mesmo top! Uns dias antes – como quase sempre que te dizemos que iremos
fazer alguma coisa que não adoras – começaste por me dizer que não querias
cortar o cabelo. 5.ª feira disse-te que eu ia cortar, depois seria a mana e
depois tu. As três. Posto isto ouvi um “sim mãe”. E assim foi. É algo muito
teu. A primeira reacção é geralmente negativa. Não é que te zangues, mas sempre
que te dizemos vamos a sítio x, ou vais ter de fazer y…, ou teremos que… a primeira resposta é
“não”. Não quero, eu não vou.
Contudo, depois de conversarmos, depois de entenderes o porquê, depois de
pensares no assunto respondes diferentemente. A partir daí não voltas atrás na
tua palavra. Eu acho o máximo tendo em conta a tua tenra idade. Não desdizes,
não arranjas desculpas de última hora, nada. Se é “sim” é “sim” (mas se
continua a ser “não” é de facto difícil deixar de o ser também). Assim foi há
uma semana no cabeleireiro. Depois de a mana estar pronta dissemos-te que era a
tua vez. Não quiseste uma cadeira elevatória, querias sentar-te tal e qual como
a mana. A G. acedeu. Depois disso pediste o iPhone
para “xogar um xogo”. Sentadinha, de iPhone
na mão, limitavas-te a responder ao que a G. te ia perguntando sobre o jogo ou
sobre ti. Por vezes, quando sentias cabelos nas mãos, olhavas para elas para te
certificares de que eram de facto cabelos que te incomodavam e depois,
calmamente, sacudia-las. A G. teve tempo de cortar, acertar, ver e rever, usar
esta e aquela tesoura. Por fim ainda pegou no secador e olhou para mim. Eu fiz
aquele ar de “vai estragar tudo, nem tente”… A G. perguntou-te então se podia
usar o secador para limpar os cabelos que estavam no teu pescoço. Acenaste,
pois bem. E assim fez. Prontinha olhaste finalmente para nós, elogiámos-te o
comportamento e o novo look, ficaste
muito feliz e sorridente e foi assim. Tranquilo, tranquilo J. (03032014)
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