Pulos e pinotes, correrias,
cambalhotas, rodas, dança, dança em pontas, pinos, subidas às árvores, às
redes, às redes metálicas (as que não são para subir); às construções de
madeira (tudo isto e, preferencialmente, sempre de saia ou vestido)… Mesmo que
as tuas rodas – tal como as tuas cambalhotas – já sejam perfeitas e o teu
equilíbrio seja cada vez maior, cada vez que os fazes fora de sítio/ambiente
próprios pode (e dá com muita frequência) asneira… E não me refiro a asneira
por te porem de castigo ou levares um ralhete,
por sujares a roupa ou esfolares o joelho. Falo em quedas. Quedas algumas
relativamente graves. Quedas que resultam em nódoas negras diárias, hematomas,
pés torcidos, feridas, arranhões, lábios em sangue… Sim, é verdade que eu
também andava sempre pendurada em cordas, redes, construções de madeira e
ferros, levava o balancé ao limite (estando eu de pé e não sentada) até bater
no ferro de cima… É verdade que – talvez por isso mesmo – andei muitos anos na
ginástica acrobática onde podia desforrar-me nos trampolins, tapetes e cama
elástica, com mortais, flic-flacs e
afins. Também é verdade que, se por um acaso fores pelo mesmo caminho,
provavelmente deixarás de fazer tanta “maluquice” fora do ginásio (leia-se, no
recreio, no jardim, em casa). O problema é que, até lá, pode correr mal. Isso é
que nós não queremos. A penúltima que me lembro foi vires com uma dor nas
costas por teres dado uma pancada no comboio da escola (que é de madeira) em
virtude de uma cambalhota – onde claramente não é suposto fazer-se nada mais do
que estar sentada. A última é a dor
que tens no peito desde 5.ª feira (ainda que só te lembres dela à noite)
porque, em sítio idêntico, decidiste… dar uma cambalhota… Será pedir muito que
saltes e danças e dês cambalhotas nos locais e horas próprias? E as tuas pernas?
Senhores as tuas pernas… E em casa? Saio da sala com o aviso de “tira os pés da
parede, o sofá não é para fazer pinos”. Volto a entrar na sala a correr porque
oiço no quarto a tua cabeça a bater na parede ou no chão… Mas porquê??? Este
fim-de-semana o tio J. deu-te um sermão (e enquanto médico). Não sei se servirá
de alguma coisa. Prometeste ao seu lado que ias tentar fazer menos destas
coisas. Valha-nos essa promessa à frente dele e de todos os que estavam à mesa.
A tia C. advertiu para o facto de, um dia num hospital, acharem que era capaz
de ser demais tanta mazela e chamarem a segurança social!!!!! Certo, a tia
estava a brincar e riu-se e tudo… Mas é que não é nada que não me tenha já
ocorrido! Oh menina do meu coração… mais devagar por favor. Ass. Mãe
extremamente preocupada.
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