Um número
cheio - como o são as tuas bochechas mas sobretudo, o teu sorriso. O teu sorriso é quase constante, se ao dia
descontarmos a primeira hora da manhã, depois de acordares :-). O teu sorriso enche uma
sala, um abraço e aquece-me o coração. O teu sorriso continua reservado – lá
fora – mas em casa é espontâneo, seguro, franco e resulta muitas vezes em
gargalhadas sonoras. O teu sorriso pode esconder alguma timidez, mas a verdade
é que já te dás muito mais. Continuas serena, de ofensa fácil. Continuas doce,
meiga, agarrada à mãe. Muito lapinha da mãe – quase sempre. E então? Lá
porque fazes 4 anos... Continuas a rejeitar conflitos, a odiar lágrimas (mais
as dos outros e, sem dúvida, principalmente as da mana). Continuas a não gostar
de gritos ou de abraços apertados que não reclamaste. És a fã número 1 da tua
mana mais velha. Às vezes, dizes coisas feias ao pai, mas sabes – sabemos – que
sabes bem é virar a mesa de tua feição. Continuas a não dispensar a tua fraldinha
suave, acabada de passar a ferro ou ainda a cheirar a limpo para dormir, que
acaricias e juntas à cara enquanto chuchas no teu dedo, aquele dedo... :-). Continuas a pedir colinho,
muito. E então? Sentes orgulho em todos os teus feitos e conquistas: comer,
vestir, calçar, ajudar a mãe a dobrar as roupas e a arrumá-las na gaveta,
escolher a roupa para usar no dia seguinte, lavar os dentes, andares na escola,
dares cambalhotas nas cordas do recreio, já gostares das aulas de ginásticas
com o Prof. J., saberes fazer carinhas e meninos quase inteirinhos e..... e
tantas, tantas outras coisas mais. Mas também reclamas o bebé. O teu bebé
interior. No fundo, não queres deixá-lo. Às vezes perguntas-me porque não te deixo
eu voltares para a minha barriga. Ou então, mamã eu quero ser bebé outra vez – dizes.
Às vezes dizes-me isto. Eu percebo-te. Muito bem, a sério. 4 anos é um número
cheio, cheio de vida, de muitos dias, horas, minutos, de muita evolução e tão
rápida! De menos colo, menos maminha, menos chuchar no dedo, menos avó, menos
pai, menos mãe e menos mana. Menos bebé, porque são 4, que deixam para trás os 3 (e os 2 e
o 1). Eu percebo-te. Mas sabes? Vejo-te tão feliz no alto dos teus 4 anos... :-). Tão feliz. E sabes o melhor?
Não voltas para a barriga da mãe, é certo, mas colo? Esse terás sempre! Sim,
sim, sim! SEMPRE. E sabes ainda mais uma coisa? (Esta fica entre nós, ok?) Para
mim, vais ser sempre o meu bebé. E quando cresceres muito e fores mais alta do
que a mãe, e quando cresceres mais ainda e ensinares coisas novas e modas à
mãe, e quando cresceres ainda mais um bocadinho e a mãe for também avó dos teus
bebés, serás a minha bebé. Porque eu tive duas e elas estão aqui guardadas,
sempre, nas minhas entranhas, no meu sangue, no meu peito, nas minhas memórias,
em mim. Porque eu respeito o teu crescer, saúdo-o e quero-o muito (saudável e
feliz), mas mãe é sempre colo, sempre mãe, sempre abrigo, sempre tudo e tu –
vocês – são os meus bebés. 4. Um número cheio. 4, hoje. Há 4 atrás, poucas
horas faltavam para o meu segundo bebé finalmente ter o seu primeiro merecido
colo. O 1º de muitos. 4. Parabéns Maria. Parabéns. Estás tão crescida.